A FENACEF participou, nesta quarta-feira (21/5), de reunião conjunta com entidades representativas e áreas técnicas da Caixa para discutir os rumos do Saúde Caixa. O encontro, realizado por videoconferência, contou com a presença de membros do Conselho de Usuários, dos Grupos de Trabalho da CONTRAF e da CONTEC, além de representantes da FENAG, ADVOCEF, AUDICAIXA, ANEAC e outras entidades ligadas ao acompanhamento do plano.

A pauta teve como eixo a apresentação do Relatório de Administração de 2024, que revelou números expressivos do plano: 275 mil vidas cobertas e mais de 4 milhões de atendimentos realizados no ano passado. Os dados foram detalhados por técnicos da GESAD, que também divulgaram os resultados da pesquisa de satisfação realizada com os usuários no fim de 2024.

A conselheira Márcia Krambeck, representando a FENACEF no Conselho de Usuários, reforçou a reunião a importância de manter o Saúde Caixa como um benefício acessível e sustentável. Segundo ela, é fundamental que a Caixa garanta o direito de permanência no plano a todos os empregados, inclusive os admitidos após setembro de 2018. A fala foi endossada por outras lideranças, diante do consenso de que o atual modelo precisa de ajustes, mas não pode onerar ainda mais os titulares.

A reunião foi aberta pelo superintendente da SUBEN, Henrique José Santana, que destacou o plano como um dos pilares da política de bem-estar da empresa. Ao classificar o Saúde Caixa como “a joia da coroa”, Santana defendeu a continuidade do modelo com base em decisões técnicas e diálogo institucional.

Embora algumas propostas tenham obtido ampla receptividade, como o fim da 13ª mensalidade e a manutenção dos valores atuais, sem reajustes, ainda há impasses importantes. A principal controvérsia gira em torno do limite de 6,5% da contribuição da Caixa no custeio do plano, estabelecido pelo estatuto da empresa. Técnicos da área econômica alertaram para possíveis impactos contábeis e regulatórios caso o índice seja alterado, como aumento do provisionamento pós carreira e reflexos no lucro líquido e na PLR dos empregados. Por outro lado, representantes dos usuários argumentaram que o limite já compromete a equidade no financiamento e sobrecarrega os participantes.

Marilda Bueno, integrante da FENACEF no GT Saúde Caixa, apontou que há lacunas nos demonstrativos financeiros que precisam ser resolvidas para garantir segurança aos usuários. Segundo ela, a análise que vem sendo conduzida pelas empresas de atuária contratadas pela Contraf e Contec pode revelar uma situação ainda mais positiva no fundo de reserva, desde que os dados sejam disponibilizados com a transparência necessária.

O encontro teve forte carga técnica, mas também refletiu a tensão entre sustentabilidade financeira e responsabilidade social. A busca por um novo equilíbrio no custeio do plano, com maior compromisso por parte da patrocinadora, permanece como um dos principais desafios para as próximas etapas de negociação.